
Conhecendo Angola, três.
Penso, por que os portugueses não saíram antes de Angola, sendo que os Portugueses foram um dos últimos países europeus a abandonar suas colônias africanas?
A guerra de libertação de Angola só existiu porque os angolanos se sentiam oprimidos, sem esta opressão os angolanos não precisariam dessa guerra. Os Portugueses só deixaram Angola pouco depois da Unita com ajuda sul-africana atacar Luanda, em suma, faltou diálogo entre os colonizadores portugueses e as potências militares angolanas, Unita, Fnla e Mpla.
Se ao tomar o controle de Angola o governo tivesse preservado o angolano de pele branca, o português moderado (2), que amava Angola, para ajudar na industrialização do país e adaptação do povo ao sistema vigente, sem dúvidas Angola teria outra história. Na tentativa de tirar o joio da nação angolana também se tirou muito trigo.
Uma outra questão é as rusgas, com a guerra civil angolana, os jovens eram obrigados a se alistarem no exercito aqueles que não o faziam eram apanhados nas ruas e levados para o combate, a idade estabelecida era de 18 anos apesar de que em muitos casos isolados vários jovens foram enquadrados no exercito sendo menores de 18 anos de idade. O slogan era “cada cidadão deve-se sentir necessariamente um soldado”, uma das músicas cantada na rádio era “vinde, vinde jovem nas Fapla (Forças Armadas para Libertação de Angola) na defesa do nosso país”, muito jovem angolano para não servir o exercito deixavam o país. Outros aproveitam os cursos militares oferecidos fora do país como na extinta URSS e Cuba, desertando no meio da carreira, refugiando-se no Brasil e outros países.
Pelo fato de Angola estar envolvida em guerra, muitos jovens viram a necessidade de deixar o país, a procura de um futuro mais risonho, grande iniciativa foi fazer negócios, comprar no exterior e vender no país, uma vez que a nação não tinha grandes indústrias, os negócios nem sempre foram bem sucedidos, e a passagem aérea começou a dificultar, pois era caro demais, com isto muitos começaram a residir fora do país e enviar só as coisas para Angola, os tempos se passaram acabaram se tornar estrangeiros residentes e imigrantes.
O sonho de possuir um lar melhor, um lugar em que seus filhos não possam ter o trauma de verem muitas injustiças sociais, alcançar vôos profundos, sonhar e não ter pesadelos foi ainda outro grande motivo que fez muitas famílias largarem o país.
A busca por uma formação acadêmica enquadra-se no ápice dos motivos que muitos jovens saíram do país, até tempos bem recentes, isto é, 1997, Angola tinha poucas faculdades e bem menos ainda universidades, hoje o número é maior, mas não que satisfaça a necessidade do país. Para se ter uma noção o vestibular nesta nação começa para entrar na pré-universidade, o que corresponde ao segundo grau no Brasil (2o grau).
A falta de biblioteca e de material técnico moderno, para que o universitário angolano possa competir de igual forma com outros dos demais países do mundo tem sido um grande argumento para justificar o êxodo maciço de tantos jovens.
O pesquisador abordando com uma aluna universitária, do último ano de economia da universidade Agostinho Neto, uma das maiores do país, inquiriu dela qual é o último livro de economia que ela leu e qual ela estava lendo, quando abismado ouviu como resposta que até aquela data não tinha lido nenhum livro de economia, não porque não queria, mas porque não tinha e a escola não requereria.
É notório no trabalho do professor Euclides André, que a África teve grande filósofos, mesmos alguns deles tendo alcançado status de estadistas não conseguiram colocar em prática sua idéias, tudo se deve a complexidade do continente africano, que começou com a invasão dos povos primitivos como os Bantu que invadiram o território dos bosquímanos e da divisão do continente entre as grandes potências européias em Berlim, 1885.
No entanto os países africanos deixaram de ser uma nação étnica, os povos que outrora eram seus oponentes se tornaram irmãos, assim formando uma nação política.
A uma grande diferença entre o imigrante e o turista... (o turista saiu por vontade própria e o imigrante por vontade política, étnica e ideológica).
Hoje no Brasil poderia se destacar 5 tipos de angolanos:
O primeiro seria aqueles que chegaram como escravo na época do comércio triangular, que os navios europeus chegavam à África pegavam os negros e faziam de escravos nas grandes plantações de cana e café. Tais negros deixavam para trás pais, esposas e filhos e a grande maioria nunca mais retornava para casa. (se é que alguém voltou para casa).
Eram carregados como indigentes, comiam o que restavam de suas alimentação, como hoje já se tratam os gados ou caprinos, e quando eram cometidos de alguma enfermidade ou pelas longas viagens descobriam que uma mulher estava grávida jogava-as no mar. Mas os mais fortes e os por divina providência foram preservados, hoje já não encontramos, mas legítimos angolanos nesse sentido até lá se foram mais ou menos 500 anos, mas convivemos com os filhos de seus filhos que mesmo pela mistura não deixa de correr em suas veias o legítimo sangue angolano.
O segundo grupo de angolanos são aqueles de coloração brancas filhos de portugueses que chegaram ao final da guerra de libertação nacional, após o ataque sul-africano à capital de Angola, Luanda. Este teve uma acolhida privilegiada do governo brasileiro, concedendo a eles a cidadania e o direito de trabalhar no Brasil, é possível ainda hoje cruzar com um desses angolanos no Brasil.
O terceiro é o grupo de angolanos que saíram do país por divergências política ideológica, os exilados, pois divergiam do governo em que sua política era socialista de orientação marxista. Este grupo no Brasil não é muito grande.
O quarto grupo é os dos estudantes, que chegaram com bolsa de estudo do governo de Angola ou intercâmbios de organizações não governamentais, este é um grupo muito heterogêneo.
E em quinto e último lugar é o grupo dos imigrantes que chegaram ao Brasil à procura de melhores condições de vida, é neste grupo que vamos nos deter.
Mungueno,
Kwzedywa.
Penso, por que os portugueses não saíram antes de Angola, sendo que os Portugueses foram um dos últimos países europeus a abandonar suas colônias africanas?
A guerra de libertação de Angola só existiu porque os angolanos se sentiam oprimidos, sem esta opressão os angolanos não precisariam dessa guerra. Os Portugueses só deixaram Angola pouco depois da Unita com ajuda sul-africana atacar Luanda, em suma, faltou diálogo entre os colonizadores portugueses e as potências militares angolanas, Unita, Fnla e Mpla.
Se ao tomar o controle de Angola o governo tivesse preservado o angolano de pele branca, o português moderado (2), que amava Angola, para ajudar na industrialização do país e adaptação do povo ao sistema vigente, sem dúvidas Angola teria outra história. Na tentativa de tirar o joio da nação angolana também se tirou muito trigo.
Uma outra questão é as rusgas, com a guerra civil angolana, os jovens eram obrigados a se alistarem no exercito aqueles que não o faziam eram apanhados nas ruas e levados para o combate, a idade estabelecida era de 18 anos apesar de que em muitos casos isolados vários jovens foram enquadrados no exercito sendo menores de 18 anos de idade. O slogan era “cada cidadão deve-se sentir necessariamente um soldado”, uma das músicas cantada na rádio era “vinde, vinde jovem nas Fapla (Forças Armadas para Libertação de Angola) na defesa do nosso país”, muito jovem angolano para não servir o exercito deixavam o país. Outros aproveitam os cursos militares oferecidos fora do país como na extinta URSS e Cuba, desertando no meio da carreira, refugiando-se no Brasil e outros países.
Pelo fato de Angola estar envolvida em guerra, muitos jovens viram a necessidade de deixar o país, a procura de um futuro mais risonho, grande iniciativa foi fazer negócios, comprar no exterior e vender no país, uma vez que a nação não tinha grandes indústrias, os negócios nem sempre foram bem sucedidos, e a passagem aérea começou a dificultar, pois era caro demais, com isto muitos começaram a residir fora do país e enviar só as coisas para Angola, os tempos se passaram acabaram se tornar estrangeiros residentes e imigrantes.
O sonho de possuir um lar melhor, um lugar em que seus filhos não possam ter o trauma de verem muitas injustiças sociais, alcançar vôos profundos, sonhar e não ter pesadelos foi ainda outro grande motivo que fez muitas famílias largarem o país.
A busca por uma formação acadêmica enquadra-se no ápice dos motivos que muitos jovens saíram do país, até tempos bem recentes, isto é, 1997, Angola tinha poucas faculdades e bem menos ainda universidades, hoje o número é maior, mas não que satisfaça a necessidade do país. Para se ter uma noção o vestibular nesta nação começa para entrar na pré-universidade, o que corresponde ao segundo grau no Brasil (2o grau).
A falta de biblioteca e de material técnico moderno, para que o universitário angolano possa competir de igual forma com outros dos demais países do mundo tem sido um grande argumento para justificar o êxodo maciço de tantos jovens.
O pesquisador abordando com uma aluna universitária, do último ano de economia da universidade Agostinho Neto, uma das maiores do país, inquiriu dela qual é o último livro de economia que ela leu e qual ela estava lendo, quando abismado ouviu como resposta que até aquela data não tinha lido nenhum livro de economia, não porque não queria, mas porque não tinha e a escola não requereria.
É notório no trabalho do professor Euclides André, que a África teve grande filósofos, mesmos alguns deles tendo alcançado status de estadistas não conseguiram colocar em prática sua idéias, tudo se deve a complexidade do continente africano, que começou com a invasão dos povos primitivos como os Bantu que invadiram o território dos bosquímanos e da divisão do continente entre as grandes potências européias em Berlim, 1885.
No entanto os países africanos deixaram de ser uma nação étnica, os povos que outrora eram seus oponentes se tornaram irmãos, assim formando uma nação política.
A uma grande diferença entre o imigrante e o turista... (o turista saiu por vontade própria e o imigrante por vontade política, étnica e ideológica).
Hoje no Brasil poderia se destacar 5 tipos de angolanos:
O primeiro seria aqueles que chegaram como escravo na época do comércio triangular, que os navios europeus chegavam à África pegavam os negros e faziam de escravos nas grandes plantações de cana e café. Tais negros deixavam para trás pais, esposas e filhos e a grande maioria nunca mais retornava para casa. (se é que alguém voltou para casa).
Eram carregados como indigentes, comiam o que restavam de suas alimentação, como hoje já se tratam os gados ou caprinos, e quando eram cometidos de alguma enfermidade ou pelas longas viagens descobriam que uma mulher estava grávida jogava-as no mar. Mas os mais fortes e os por divina providência foram preservados, hoje já não encontramos, mas legítimos angolanos nesse sentido até lá se foram mais ou menos 500 anos, mas convivemos com os filhos de seus filhos que mesmo pela mistura não deixa de correr em suas veias o legítimo sangue angolano.
O segundo grupo de angolanos são aqueles de coloração brancas filhos de portugueses que chegaram ao final da guerra de libertação nacional, após o ataque sul-africano à capital de Angola, Luanda. Este teve uma acolhida privilegiada do governo brasileiro, concedendo a eles a cidadania e o direito de trabalhar no Brasil, é possível ainda hoje cruzar com um desses angolanos no Brasil.
O terceiro é o grupo de angolanos que saíram do país por divergências política ideológica, os exilados, pois divergiam do governo em que sua política era socialista de orientação marxista. Este grupo no Brasil não é muito grande.
O quarto grupo é os dos estudantes, que chegaram com bolsa de estudo do governo de Angola ou intercâmbios de organizações não governamentais, este é um grupo muito heterogêneo.
E em quinto e último lugar é o grupo dos imigrantes que chegaram ao Brasil à procura de melhores condições de vida, é neste grupo que vamos nos deter.
Mungueno,
Kwzedywa.
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