domingo, 29 de março de 2009


Conhecendo angola, dois.

A intransigência do colonialismo português na manutenção das províncias ultramarinas desperta, a partir de 1961, conflitos armados organizados pela União dos Povos Angolanos (UPA). A luta anticolonial divide-se em três grupos que refletem diferenças étnicas e ideológicas: o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), multirracial e marxista pró-URSS, com predomínio da etnia quimbundo; a Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), anticomunista, sustentada pelos EUA e pela República Democrática do Congo (ex-Zaire), com base na etnia bacongo (norte do país); e a União Nacional para a independência Total de Angola (UNITA), com forte presença da etnia ovimbundo (centro e sul), inicialmente de orientação maoísta, que depois se torna anticomunista e recebe o apoio do regime sul-africano da apartheid. A rivalidade entre os (corrigido) três movimentos de libertação degenera-se em confronto armado a partir de abril de 1974, quando o governo instalado em Portugal após a Revolução dos Cravos anuncia o plano de descolonização de Angola. O tratado de Alvor, firmado em janeiro de 1975 entre Lisboa e os três grupos, prevê um governo de transição. O fracasso do acordo resulta em uma sangrenta guerra civil entre as facções, que recebem apoio estrangeiro. A maioria dos 350 mil brancos angolanos emigra para a África do Sul, Portugal e Brasil. Em outubro de 1975, tropas sul-africanas combatem ao lado da Unita em um ataque contra Luanda. Soldados cubanos auxiliam o MPLA, que mantém o domínio sobre a capital. Em 11 de novembro de 1975, Portugal sai formalmente de Angola sem reconhecer nenhum dos grupos como governo. Agostinho Neto, líder do MPLA, é proclamado presidente da República Popular de Angola, de regime socialista. O Brasil é o primeiro país a reconhecer o novo Estado independente.

A FNLA dissolve-se no final dos anos 70, mas a Unita mantém sua guerrilha com o apoio da África do Sul e, agora, dos EUA. Com a morte de Agostinho Neto, em 1979, José Eduardo dos Santos, assume a Presidência. A guerra civil continua e, em 1988, um acordo entre Angola, Cuba e África do Sul define a retirada cubana da região, que se completa em maio de 1991. No mesmo mês, o governo do MPLA e a guerrilha da Unita assinam acordo de paz e convocam eleições, realizadas em setembro de 1992 na presença de observadores internacionais, que reconhecem a vitória legitima do MPLA. José Eduardo dos Santos é confirmado presidente. Jonas Savimbi. Líder da Unita, não aceita a derrota e recomeça a guerra civil. Os combates devastam o país e desorganizam a vida nacional. Os EUA reconhecem o governo angolano e retiram o apoio a Unita, que controla parte do território.
Em 1994, MPLA e UNITA assinam novo acordo de paz, em Lusaka, Zâmbia. Ele determina a desmobilização de tropas, a formação de um governo de união nacional unificado, ente outras condições. Para monitorar o cumprimento do acordo e ajudar na transição, o conselho de segurança da ONU cria a Missão de Observação do processo de Paz, com 7 mil soldados de seis países, entre eles aproximadamente 1,2 mil brasileiros. O mandato da missão é renovado em 1996 em virtude do atraso no desarmamento da Unita. Em abril de 1996, o governo chega a um acordo de paz com os separatistas da Frente para a Libertação de Cabinda (norte), província rica em petróleo. Em junho, a ONU confirma que 50.165 soldados da Unita (81%) haviam entregado suas armas e que completara a desmobilização da Polícia de Força Rápida, do MPLA. O governo de união nacional toma posse em abril de 1997, mas Savimbi, que deveria assumir como vice-presidente, permanece com seus homens no interior e se recusa a entregar o controle das áreas minerais mais lucrativas na exploração de diamantes.

Dois militares brasileiros que integram as forças de paz da ONU são atingidos numa emboscada quando escoltavam um comboio de caminhões que transportava civis em maio de 1997. Em agosto terminam oficialmente a participação das Forças Armada brasileiras na missão da ONU em Angola. A Unita recusa a proposta de liberar áreas sob seu controle e de integrar o governo de união nacional. Em outubro, a Unita se retira da mina de diamantes de Luzamba (leste), uma das principais, mas mantém o controle sobre outras áreas. Em março de 1998, Jonas Savimbi anuncia a desmobilização total das forças da Unita. O governo legaliza a organização como partido político, mas Savimbi o acusa de não ter desarmado a população civil de Luanda, o que o impediria de retornar com segurança à capital. Em abril, a ONU reconhece que tropas da Unita continuam em atividade no interior e decide manter-se no país, até setembro, cerca de 700 soldados das forças internacionais de paz. Massacres de civis em aldeias no norte de Angola, em julho e agosto, acirram os ânimos entre o governo e a Unita, que nega a autoria dos ataques. Em setembro, os representantes da Unita no governo e na Assembléia Nacional são suspensos pelas autoridades angolanas até que a organização cumpra todos os termos do acordo de paz.

É válido ainda argumentar que os dois maiores líderes da luta pela independência de Angola, António Agostinho Neto e Jonas Savimbi são filhos de pastores e pregadores evangélicos angolanos. Usaram as bolsas de estudos cedidas pelas organizações evangélica que trabalhavam em Angola para estudar no exterior, chegando lá descobriram e se influenciaram por novas doutrinas como o comunismo marxista, leninista e o maoísmo.

Os principais conflitos da história recente de Angola tomaram vulto com a luta pela independência nacional e, foram mantidos pelos movimentos organizados nesse período, movimentos que disputavam o poder do país. A guerra civil estendeu-se após a independência de Angola durante os 17 anos subseqüentes quando o país foi governado pelo MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola). Esta situação prolongou-se até o início da década de 90 quando eleições livres foram marcadas para setembro de 1992, pleito garantido pelo acordo de Bicesse (31 de Maio 1991) assinado pelos presidentes do MPLA, José Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi, da UNITA (União Nacional para Independência Total de Angola), intermediados por Cavaco Silva então primeiro ministro de Portugal. Tanto José Eduardo e Jonas Savimbi são os líderes que possuíam na época a maior expressão política e, principalmente, maior efetivo militar.

Após a vitória do MPLA, em setembro de 1992, seus líderes formaram novamente o governo nacional angolano. A UNITA recusou-se a aceitar o resultado das eleições, assinalando fraude no processo, e reagiu instaurando novos conflitos civis iniciados em Luanda (capital de Angola) ao findar o mês de outubro do mesmo ano. Logo os conflitos estenderam-se por todo o país, e a bakongos (3) em janeiro de 1993, acusados de apoio a UNITA. O massacre foi conduzido por angolanos que apoiavam o MPLA, e, há suspeitas de envolvimento do próprio governo.

Pode-se observar que Angola como nação política é um país jovem, e com isto os seus imigrantes são também muito jovens, a maioria (para não dizer todos) dos imigrantes angolanos vivenciaram a juventude neste país politicamente conturbado, dividido em dois pólos, que além de suas crises ideológica e claramente tribalista se tornou um cenário da guerra fria proporcionando assim a saída de muitos jovens de sua pátria mãe.

Com tudo isto o angolano no geral se tornou uma história ambulante que de tanto sofrimento e dramaticidade se tornou jocosa. Angola viveu um conflito de 27 anos, que levou a morte cerca de meio milhão de pessoas.

A história de Angola sempre foi marcada por guerrilha, mesmo antes da chegada dos colonizadores europeus. Logo na chegada dos povos Bantu quando invadiram o território dos primeiros habitantes os bosquímanos e hotentotes, de lá pra cá a guerra não cessou mais! Mas a guerra dos tempos moderna em território angolana já não pode simplesmente se dizer que é uma guerra étnica, de independência ou política ideológica como afirma e com razão José Patrício, embaixador angolano na ONU, “Hoje em dia, conflitos mais sangrentos da África nada têm a ver com aspirações de independências, ideologias políticas ou intolerância étnica. Que ninguém se engane: as guerras africanas têm como razão o domínio das fontes de diamantes” (Istoé/1609-2/8/00, pág. 104,105).

Por que muitos angolanos deixaram o país?

É praticamente impossível descrever quando como começaram sair os primeiro imigrante-refugiados do país. Mas existe uma certeza todos que saíram do país foram à procura de melhores condições de vida, algo que o país com a guerra não poderia oferecer.

Um dos grandes motivos que tirou do país muitas pessoas foram os problemas políticos ideológicos, muitos cantores e políticos nacionais sentiram-se obrigados a deixar a nação, poderia se citar, por exemplo, Bonga, Teta Lando, Holden Roberto, Chipenda e muitos outros.
Mungueno,
Kwzedywa.

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